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Ceará tem 122 casos confirmados de Febre Oropouche

O Ceará confirmou 122 casos de febre oropouche no Estado. A informação foi divulgada pelo secretário executivo de Vigilância em Saúde, Antônio Silva Lima (Tanta). De acordo com ele, os casos continuam restritos à área do Maciço de Baturité.

Até dia 21 de julho, conforme o último boletim epidemiológico da doença, estavam confirmados 96 casos. Desde então, mais 26 pessoas foram infectadas com o vírus oropouche.

“Me impressionei muito com a transmissão muito rápida. É uma transmissão que depende da presença do vetor, o mosquito Culicoides paraensis. É um vetor diferente que parece mais uma mosca, na verdade, e que tem essa capacidade de transmissão muito vigorosa”, afirmou Tanta em entrevista à rádio O POVO CBN e CBN Cariri nesta quinta-feira, 8.

O vetor já existia no Ceará e é reconhecido pela população como maruim, polvinha ou mosquito-pólvora. No entanto, o vírus oropouche, antes restrito à região Norte, passou por mudanças genômicas e conseguiu se espalhar para outros Estados.

“O vírus sofreu mutação, indivíduos infectados circularam pelo País em áreas em que o vetor já existe, o vetor picou, adquiriu o vírus e a transmissão local se deu”, explica o secretário.

A possibilidade de deslocamento da transmissão para outras áreas do Estado é monitorada e avaliada pela Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa). Outras áreas de serra, como a Chapada do Araripe, no Cariri, podem ser propícias para a reprodução do vetor.

“Sobretudo em áreas que têm modificação ambiental, que você substituiu a vegetação original, como a mata atlântica, por plantações invasivas. Esse mosquito é um díptero, não faz a oviposição dentro das casas, mas em áreas de solo mais úmido”, afirma.

Sintomas

Febre, dor de cabeça e dor no corpo são os sintomas mais comuns da doença. Náusea e diarréia também são relatados pelos infectados. A sintomatologia é similar à da dengue. Por isso, é preciso fazer um exame laboratorial para confirmar o diagnóstico da oropouche.

Prevenção

  • Evitar o contato com áreas de ocorrência e/ou minimizar a exposição às picadas dos vetores;
  • Usar roupas que cubram a maior parte do corpo e aplicar repelente nas áreas expostas da pele;
  • Limpeza de terrenos e de locais de criação de animais;
  • Recolhimento de folhas e frutos que caem no solo;
  • Uso de telas de malha fina em portas e janelas.

Fonte: O Povo