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Na “última dança”, Rebeca Andrade é ouro no solo e se isola como maior medalhista do Brasil em Jogos Olímpicos

Rebeca simplificou ligeiramente a série em relação à classificatória, sem o Sem Mãos Tsukahara na primeira passada. Os demais elementos foram mantidos, e a execução levantou a Arena Bercy pela precisão e graciosidade ao som de Beyoncé e Anitta.

Recebeu nota 14.166, acima dos 13.900 da classificatória, nota que a colocaria temporariamente na liderança, ainda com sete atletas por vir. A comissão técnica brasileira ainda recorreria por uma revisão na nota de dificuldade, mas o pedido foi negado.

Só restava à brasileira esperar. Uma a uma as adversárias foram se apresentando e subindo o sarrafo. Na apresentação de Simone Biles, de altíssimo grau de dificuldade, duas falhas importantes: a americana pisou duas vezes com os dois pés fora do tablado. As falhas geraram um desconto de 0.6 e foram determinantes. Com 14.133, Biles estava atrás de Rebeca, que garantiria ao menos o bronze.

A romena Sabrina Maneca-Voinea e a americana Jordan Chiles foram as duas últimas a se apresentarem. Não superaram a brasileira. No aparelho que consagrou Daiane dos Santos em Mundiais, que marcou a redenção olímpica de Diego Hypolito, finalmente o Brasil reinou no palco olímpico. Nada mais justo do que ser Rebeca Andrade a coroar esse momento histórico no topo do pódio.

Rebeca Andrade compete na final da trave
Rebeca Andrade compete na final da trave – Foto: Alexandre Loureiro/COB


Rebeca fica em quarto na trave

A final da trave foi a segunda do programa desta segunda-feira (5). Foi marcada por muitos desequilíbrios e quedas de seis das oito finalistas. A favorita, a chinesa Yaqin Zhou, mesmo com uma nota muito abaixo da feita na classificatória (14.100), se manteve na ponta durante toda a primeira metade.

Julia Soares esteve no primeiro dos dois grupos, sendo a terceira na ordem. Fazia uma apresentação consistente até também se equilibrar. Recebeu nota 12.333 e terminaria na sétima posição.

“Para mim foi incrível competir com as melhores do mundo. Eu errei, só levantei a cabeça e terminei a série. Claro que queria ter acertado, mas erros acontecem e está tudo bem. É minha primeira Olimpíada e estar num final já é extremamente gratificante. Quero voltar, me preparar mais e ficar pronta para Los Angeles”, disse Julia.

A italiana Alice D’Amato, primeira a fazer uma apresentação limpa, tirou 14.366 e ficou em posição confortável à espera de Biles e Rebeca. Ela terminaria com o ouro, seguida de Yaqin Zhou, com a prata, e da também italiana Manila Esposito, com o bronze.

Penúltima a se apresentar, Biles fazia uma apresentação impecável até cair e chocar o público. A demora para a divulgação da nota elevou ao máximo a tensão. Recebeu 13.100, quarta nota até então e, automaticamente ficou fora do pódio.

A expectativa tomou conta da arena para a apresentação de Rebeca, a última a executar a série. A brasileira teve pequenos desequilíbrios, mas nada que comprometesse. Os árbitros de dificuldade, no entanto, consideraram que ela não fez alguns elementos de ligação e descontaram 0.4 da nota de partida, que caiu de 6.100 para 5.700. Assim, mesmo sem quedas e cravando a saída, Rebeca recebeu 13.933 e fechou na quarta colocação.