Presos têm dentes arrancados e são pendurados de cabeça para baixo em sessões de tortura no Ceará
Nova denúncia da Defensoria Pública cita relatos de que os presos sofreram escoriações nas mãos, pernas, na região da virilha, testículos, abdômen e ombro. Na semana passada, diretoria de presídio foi afastada.
Familiares de detentos denunciam que presos continuam recebendo tortura dentro da Unidade Prisional Agente Elias Alves da Silva (UP Itaitinga IV), na Grande Fortaleza. Segundo a denúncia feita pelo Defensoria Pública do Estado do Ceará (DPCE), em uma das situações de violência, os internos são obrigados a se equilibrar com a cabeça no chão em sessões de tortura.
Também há relatos de que os presos recebem escoriações nas mãos, pernas, na região da virilha, no abdômen, além de dentes arrancados e golpes nas partes íntimas. Um dos detentos chegou a ser internado no Instituto Doutor José Frota (IJF), em Fortaleza, por conta das agressões sofridas na unidade prisional.
Em junho, a Justiça já havia determinado o afastamento temporário de toda a diretoria da Unidade Prisional. A determinação judicial foi emitida pela Corregedoria-Geral de Presídios da Capital, do Tribunal de Justiça do Ceará, após denúncias de violência e maus-tratos contra internos da unidade.
Presos no Ceará passam por sessões de tortura que incluem dedos quebradas e ter ficar de cabeça para baixo, equilibrado apenas pela testa — Foto: TV Verdes Mares/Reprodução
Foram afastados por 90 dias o diretor da UP-IV, o vice-diretor, o chefe de segurança e disciplina, o gerente administrativo da unidade e um policial penal citado em diversos depoimentos como um dos responsáveis pelos atos de tortura.
A Secretaria da Administração Penitenciária e Ressocialização (SAP), afirmou em nota que, “reafirma seu compromisso prático de valorização da pessoa humana em números transparentes e incontestáveis e informa que é colaboradora das instituições fiscalizadoras, como Poder Judiciário, Ministério Público, Defensoria Pública, além de entidades de controle social”.
A pasta afirmou ainda que além das instituições que fiscalizam, mantém uma ouvidoria própria, com reconhecimento nacional, vinculada a Ouvidoria do Governo do Estado do Ceará para qualquer tipo de reclamação e colabora de maneira célere e transparente junto à Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública (CGD).
Fonte: G1 Ceará