Cirurgias eletivas: como é calculado o lugar do paciente na fila de espera no Ceará
Até sexta-feira, 16, cerca de mil procedimentos eletivos foram realizados por meio do plano de redução de filas
Com cerca de 45 mil pessoas esperando para realizar uma cirurgia eletiva no Ceará, o programa de redução da fila de cirurgias precisou criar critérios para decidir o lugar que cada paciente deve ocupar na fila. A classificação de urgência, a data da entrada na fila e a judicialização do procedimento são alguns dos pontos analisados.
VEJA como acompanhar fila e atualizar dados
O Plano Estadual de Redução das Filas de Cirurgias Eletivas, Exames Complementares e Consultas Especializadas, lançado pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) no dia 10 de abril, tem o objetivo de diminuir o tempo de espera para cirurgias eletivas, aquelas que não são consideradas de urgência. Um programa federal com o mesmo objetivo também foi lançado em abril.
Mesmo a cirurgia podendo ser custeada pelo plano estadual ou federal, os usuários do sistema público de saúde foram alocados em uma fila única. Essa lista é estratificada pelas regiões do Estado para que os procedimentos sejam feitos o mais próximo possível do município do paciente.
Um dos fatores que define a posição na fila de cirurgia é a classificação Swalis, sigla de Surgical Waiting List Info System (Sistema informatizado de lista de espera para cirurgias). Nela, os pacientes são divididos em cinco categorias, variando de maior a menor urgência para receber o procedimento. Todos os pacientes da fila devem ser reavaliados para atualizar o status de urgência da cirurgia.
Classificação de Swalis utilizada para decidir posição na fila de cirurgias:
Categoria A1: Paciente com risco de deterioração clínica iminente. Necessidade dehospitalização.
Categoria A2: Paciente com as atividades diárias completamente prejudicadas por dor,disfunção ou incapacidade. Risco de incurabilidade.
Categoria B: Paciente com prejuízo acentuado das atividades diárias por dor, disfunção ouincapacidade.
Categoria C: Paciente com prejuízo mínimo das atividades diárias por dor, disfunção ouincapacidade.
Categoria D: Não há prejuízo para as atividades diárias.
“A gente tem a fila cronológica inicial, mas, durante o tempo de espera, o paciente pode ter modificado sua situação. Quem está classificado como D, que não tem um prejuízo se ficar na fila mais tempo, pode ter passado para uma categoria A2, que tem uma certa urgência porque já tem uma condição que debilita suas atividades normais. Então, esse paciente vai subir na fila”, explicou a coordenadora de Telessaúde e Fila Cirúrgica da Sesa, Melissa Medeiros.
A coordenadora e a secretária da Saúde do Ceará, Tânia Mara Silva Coelho, participaram na quarta-feira, 14, de audiência pública convocada pela Comissão Permanente de Previdência Social e Saúde da Assembleia Legislativa do Ceará. O momento foi utilizado para dar esclarecimentos sobre o mutirão.
Caso haja um empate por ordem cronológica ou Swalis, o desempate será pela judicialização. Isso significa que, se o paciente tiver buscado a justiça para garantir o direito de fazer a cirurgia, ele terá prioridade de desempate. “O judicial não pula a fila por cronologia nem por gravidade. Isso foi um acordo feito com a Justiça Federal, que tem nos ajudado”, afirma Melissa.
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