Sonho da casa própria vira pesadelo após a alta de juros e inflação no Brasil
Dessa forma, todas essas altas em diferentes campos econômicos impactaram negativamente um mercado que se mostrava bom durante os primeiros anos da pandemia: o imobiliário. Em 2021, a taxa de juros se encontrava em um patamar histórico de 2%, o que favoreceu linhas de crédito imobiliário, além de novas modalidades de crédito que prometiam ampliar o acesso à casa própria para toda população. Esses indicadores positivos motivaram a classe média a adquirir seu próprio imóvel.
Porém, com todas essas mudanças negativas e deterioração da conjuntura econômica, o número de distratos – quando se encerra um contrato imobiliário – subiram 16% no início de 2022 em comparação a 2021, de acordo com Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). Com o poder de compra reduzido, as prestações dos imóveis passaram por um forte aumento, ficando impagáveis para o bolso de uma população que sofre com os preços astronômicos de bens básicos.
PL 4188
A alta de juros, inflação e desemprego não são as únicas preocupações daqueles que sonham em ter a casa própria sem se endividar. Em abril de 2022, o PL 4188 foi levado a votação no Plenário. O projeto de lei possibilita que famílias devedoras possam colocar imóveis em garantia de crédito, sem ter mais o obstáculo da cláusula de impenhorabilidade de “bem de família”. Hoje, no Brasil, quase 80% das famílias estão endividadas no Brasil, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Fonte: Jornalistaslivres.org